Resumo | Guardada as devidas proporções e tomando consciência dos limites existentes, o cinema contribui na definição dos sujeitos sociais e de seus papéis na sociedade e de sua ação histórica. Nesse processo de construção coletiva do indivíduo, o filme pode ser interpretado e encarado como uma experiência crítica, como um momento concreto-particular de reflexão, discussão e debate, que propicia o acesso a outras e novas informações no processo de totalização e coletivização desse sujeito em curso. Desta forma, destacou-se para a Geografia a necessidade de melhor compreender o papel da imagem na configuração e leitura das relações sócio-espaciais estabelecidas.[...]. O uso das palavras e dos conceitos geográficos serve para dar sentido paisagístico às imagens então observadas, visando ir além delas, estabelecendo sentido lógico de leitura e entendimento das imagens enquanto paisagens que expressam a ordem espacial do mundo. Na tentativa de aproximação da pesquisa com a existência humana e sua cotidianidade, especificamente no que se refere à construção da identidade territorial e paisagística do Pantanal sul-mato-grossense, procuramos estabelecer as relações entre o Cinema e a Geografia, destacando alguns filmes de longa-metragem ficcional produzidos na década de 1970 ("Pantanal de Sangue", 1971, Direção: Reynaldo Paes e Barros e "Desejo Selvagem - Massacre no Pantanal", 1979, Direção: David Cardoso), que utilizaram o Pantanal como elemento principal para o desenvolvimento de suas tramas, tendo para isso, seus habitantes e costumes como elementos de identificação cultural. |