Resumo | À luz do conceito de biopolítica de Michel Foucault, ampliado no contemporâneo por seus interlocutores, esta dissertação analisa o dispositivo da autoajuda como um fenômeno cultural de colonização do corpo e do imaginário, que articula-se à atualidade do capitalismo, onde a tarefa do indivíduo é ser um empreendedor de si mesmo. Para além da fabricação lucrativa de best-sellers no mercado editorial, a autoajuda hoje reverbera em comportamentos sociais e produtos midiáticos, como o cinema comercial. Nosso campo de observação compreende os filmes “Coach Carter - Treino para a vida” (2005), “À procura da felicidade” (2006), “Um sonho possível” (2009), “Comer, rezar, amar” (2010) e “Nosso Lar” (2010), cujas narrativas estão vinculadas a relatos de superação com caráter biográfico. É proposta deste trabalho investigar, principalmente, como essas fitas, lançadas na primeira década do novo século, são sintomáticas de um imperativo contemporâneo de práticas de gestão de si e autorrealização, que modulam nossas agendas de subjetivação. |