Resumo | O presente estudo consiste em uma etnografia do set cinematográfico que trata especificamente da atuação de ciborgues na produção de filmes ficcionais para o cinema, no contexto brasileiro. Trata-se de realizar um debate sobre as novas abordagens da relação entre humanos e objetos, máquinas e máscaras, a partir de trabalho de campo realizado com profissionais pertencentes ao campo cinematográfico. Estes profissionais realizam atividades tecnicamente qualificadas em busca da imagem, se organizam em rede e praticam rituais (atos de corpo e de fala) para impulsionar a troca de informações, gerar efeitos materiais e imateriais, produzindo uma socialidade singular. A especificidade técnica de cada área de atuação na produção - direção, fotografia, operação de máquinas, interpretação de atores -, têm em comum serem efetivadas por meio de tecnologias e extensões corporais constituidoras de subjetividades e coletivos particulares. [...] Desvendamos, assim, como o set cinematográfico constitui-se em um espaço sócio-temporal distinto do cotidiano, que abriga um coletivo híbrido particular, dedicado a produzir verdades e ficções por meio de práticas cotidianas, eventos críticos, e imagens em movimento.[...] |