Resumo | O processo de adaptação permite a aproximação de duas artes distintas, a literatura e o cinema, possibilitando, assim, a verificação do sistema de permuta existente entre elas. Pensando em tal afirmativa, este trabalho é um estudo sobre o romance Vidas secas (1938), de Graciliano Ramos, e sua adaptação homônima para o cinema (1963), realizada por Nelson Pereira dos Santos, no qual investigaremos as questões referentes a seus diálogos, bem como às especificidades e peculiaridades que compõem a linguagem de cada arte. Nosso objetivo é analisar como se deu a transposição da aridez do texto literário para o fílmico, verificando como cada expressão artística conseguiu expor o aspecto da aridez, especificamente no que concerne a suas formas relacional e espacial [...]. Depois de realizadas as leituras teóricas e críticas e feitas as análises, constatamos que há uma série de diálogos entre as duas obras, tanto nas relações de denúncia e delimitação de uma identidade nacional, quanto na utilização dos componentes específicos de cada arte para realçar a realidade do indivíduo. Desse modo, concluímos que romance e filme se aproximam tanto na temática quanto na sua forma de abordagem. |