Resumo | Este trabalho investiga os processos de representação das religiões afro-brasileiras, especialmente do Candomblé e da Umbanda no cinema, a partir dos filmes "Barravento" (Glauber Rocha, 1962), "Orí" (Raquel Gerber, 1989) e "Santo Forte" (Eduardo Coutinho, 1999). Considerando o papel da mídia e do cinema como principal matriz cultural das sociedades contemporâneas, e assim também um significativo espaço de luta pela hegemonia, busca-se compreender o que e como essas representações cinematográficas "falam" desse universo religioso em suas narrativas, e identificar também as possibilidades de expressão desse grupo social subalterno. Assim, essa pesquisa utiliza duas perspectivas complementares, da Comunicação como elemento preponderante na construção do imaginário, da subjetividade e das representações sociais; e também da Teoria do Cinema, como veículo de representação de valores e concepções, com os quais os indivíduos se identificam. Para alcançar os objetivos propostos, utiliza-se a metodologia de análise fílmica, elaborada a partir de contribuições de diversos autores e também da escolha de determinados aspectos da linguagem cinematográfica e do universo cultural abordado, considerados mais relevantes para o estudo dos processos de representação das religiões afro-brasileiras construídos em cada filme. |