Resumo | Terra em transe (1967), filme representativo do Cinema Novo e dirigido pelo cineasta baiano Glauber Rocha, é a película que serve de percurso para investigar o processo interativo próprio à relação estabelecida entre o espectador no contato com a obra fílmica. A partir de duas abordagens fundamentais: o estudo bibliográfico e a pesquisa etnográfica, este texto busca evidenciar o espectador em fases distintas no contato com o referido filme. A primeira põe em discussão o contexto sóciohistórico- político em que o filme foi produzido e lançado tanto no Brasil como internacionalmente. Questões como o projeto político-estético do Cinema Novo, a censura e a repercussão do filme na década de 1960, constituem-se como uma das fases que se busca evidenciar. A segunda leva em consideração o espectador atual e como ele interage com o filme nos dias de hoje, 4 décadas depois de lançado. Para tanto, a pesquisa empírica e a metodologia de grupos focais é que dão base para entender como um filme tantos anos longe dos espectadores de hoje pode ser compreendido na atualidade. Os Estudos Culturais e teoria da espectatorialidade cinematográfica servem, assim, como lastro teórico no empreendimento desta tarefa, que essencialmente busca contribuir para a ampliação do olhar incidido sobre os estudos em cinema no Brasil, os quais historicamente vêm privilegiando o movimento cinemanovista. |