Resumo | Os filmes operam e categorizam uma multiplicidade de imagens, marcadas e reconhecidas por estereótipos, fincados na dominação econômica e política. Nas representações do cinema brasileiro, o nordestino aparece associado a signos de nordestinidade, como seca, pobreza e virtude, ou Areté, em grego. Face ao exposto, à guisa da Teoria das Representações Sociais e dos estudos sobre a identidade social nordestina e estereotipia, procuramos estudar os quadros sociais que serviram para compor a formação do homem nordestino nos filmes acima citados; em seguida, diagnosticar que tipo de identidade social nordestina é construída, reconhecendo o valor positivo ou negativo da virtude como signo da nordestinidade e, por último, analisamos quais as virtudes nordestinas e qual o tipo de virtude que os espectadores podem apreender a partir das imagens fílmicas estudadas, através de uma abordagem qualitativa, preocupada em colaborar para a integração entre educação e comunicação. Assim, foi possível concluir, em linhas gerais que, pelo menos nos filmes do nosso corpus, sente-se a reverberação de uma tendência de homogeneização da imagem do Nordeste fincada na literatura brasileira, centrando seu discurso na figura de um mártir, de um sertanejo virtuoso, que desenvolve a sua existência numa dimensão trágica. É categorizada uma identidade social nordestina que opera como um sistema de reprodução cultural, promovendo nas pessoas o sentimento de participação (ou não) na idéia de ser nordestino. |