Resumo | Em publicidade, a noção de Cartaz é uma noção engajada nos preceitos behavioristas. Moles e Enel, entre outros teóricos deste meio de comunicação, têm reforçado a visão de Cartaz enquanto unidade estímulo-persuassiva. Nesta dissertação tenta-se tornar patentes as deficiências de tal abordagem. Avança-se nesse sentido argumentos para justificar a tese de que critérios do condutismo não precisam fundamentar a concepção de cartazes e por extensão a comunicação visual. Toma-se por objeto destes argumentos o Cartaz de cinema em sua relação com dois sujeitos: cartazista e espectador. Justifica-se tal escolha pela dualidade que os define (cartaz e cinema), como meios de expressão e de comunicação; ainda, porque ambos pertencem ao patrimônio cultural e têm um caráter espetacular. O primeiro capítulo dedica-se a análise da função sígnica do Cartaz assim como à reflexão com respeito as particularidades e implicações de seu caráter indicial. No segundo capítulo, estuda-se o Cartaz como texto, ou seja, entendido como unidade discursiva, efetiva quando atualizada. Analisa-se, igualmente, o papel do design e da narrativa na concepção de cartazes de cinema. No terceiro capítulo, examina-se o Cartaz como artefato comunicativo: num primeiro momento, considerando-o como um dispositivo, i.e., na sua relação com os meios e técnicas de reprodução; num segundo momento na sua relação com as políticas e/ou filosofias de concepção partindo da diferenciação habermasiana entre ação estratégica e ação comunicativa. No quarto capítulo, analisa-se duas categorias de transformações transtextuais resultantes, ou de uma ação estratégica, ou de uma ação comunicativa. E, finalmente, algumas páginas que desempenham o papel formal de conclusão, tomadas como pretexto para um apanhado geral dos principais aspectos enfocados neste trabalho. |