Resumo | As câmeras cinematográficas passaram por mudanças ao longo dos anos. Porém, manteve um design que se perpetuou durante este período. Um dos objetivos do presente trabalho é entender como este design foi criado, e as variações pelas quais ele passou, sem perder a sua essência. Em paralelo a isso, entender como estas diferentes câmeras travaram relação com a produção do cinema brasileiro dos anos 1950 e 1960. É nesta época que se observa no país uma troca de postura em relação às câmeras. Passa-se de uma valorização das câmeras mais tradicionais, ligadas ao sistema de estúdio, à valorização das câmeras européias criadas no anos 1930 e 1940, que eram mais leves e portáteis. Isso coincide com um momento específico do cinema brasileiro, aquele em que se passa a crer numa solução de cinema independente como resposta ao cinema de estúdio, que era o pensamento majoritário até então. Para ilustrar todo este contexto, escolhemos a Vera Cruz e o Cinema Novo, seus filmes e filmagens, para relacioná-los e confrontá-los em relação aos tipos de câmeras e sua relação ao modo de produção. |