Resumo | Investigamos neste trabalho as interfaces entre o modernismo literário e o cinema moderno brasileiro, fazendo dialogar as fronteiras formais e os assuntos das adaptações cinematográficas de romances modernistas. Procuramos mapear e problematizar as categorias ideológicas de regionalismo/universalismo, centro/periferia, rural/urbano nos discursos geopolíticos e nos estilos estéticos dos programas literários dos escritores modernistas de 1922; em contraponto dialético com o movimento literário denominado romance de 30; relendo as nuances desta comparação no cinema nacional, para identificarmos a repetição em diferença dos projetos modernistas no cinema nacionalista, a partir das incursões políticas e estéticas do neo-realismo nos anos 1950/60, movimento que engendrou questões culturais presentes até hoje na produção cinematográfica do Brasil. No conjunto de obras literárias de 1920/1930 adaptadas ao cinema nacional entre os anos 1960-1970, selecionamos duas, para verticalizarmos uma teoria-crítica na apresentação deste contraponto literatura/cinema; são elas: o romance de Mário de Andrade, Amar, verbo intransitivo (1927), e o de José Lins do Rego, Menino de engenho (1932), ambos relidos através dos filmes Menino de engenho (1965), de Walter Lima Júnior, e Lição de amor (1975), de Eduardo Escorel. |