Resumo | Esta tese analisa o surto cinematográfico ocorrido na Bahia, entre 1958 e 1962, conhecido como Ciclo do Cinema Baiano. O movimento caracteriza-se por intensa atividade crítica e, ainda que pequena, significativa produção de filmes. A abordagem abrange as primeiras experiências na produção de cinema em Salvador (1958) e sua continuidade ao longo do período em que se realizam os filmes de longa-metragem Bahia do Todos os Santos (1960), Mandacaru Vermelho, Barravento e A Grande Feira (1961), Tocaia no Asfalto e O Pagador de Promessas (1962), quando se encerra o movimento. Através dessa breve cinematografia baiana, que estará na origem do Cinema Novo (1962-1968), busca-se esboçar relações entre cinema e história. No sonho de criação de uma indústria de cinema na Bahia, revela-se a utopia de uma geração de jovens críticos e cineastas que acreditava poder transformar a sociedade e o próprio cinema. Da reconstituição desse ciclo de cinema, emergem crenças, desejos, preocupações e o próprio pensamento de uma época expresso nos filmes e na crítica produzida em torno deles. |