Resumo | Nos anos 50, a cidade de Aracaju, capital do Estado de Sergipe, tentava acertar o passo com o progresso dos grandes centros urbanos do país. Crescia acompanhando o boom migratório que as cidades brasileiras experimentaram naqueles anos, passando a incorporar equipamentos, serviços e produtos da modernidade urbana. As crenças, a moral, os hábitos e as atitudes de sua população determinaram diferentes modos de apropriação dos diversos elementos e aspectos da modernização. As praças, o ancoradouro, os trampolins, os cinemas, a retreta, as festas, as brincadeiras, o rádio, os gibis, as revistas femininas, a música e a moda são alguns dos espaços e produtos que compunham o universo cultural da sua população. O fardamento, as regras disciplinares, os materiais, instrumentos e métodos didáticos, as formas de avaliação, as relações entre professores e alunos, os esportes, as festas escolares, as gazetas, as brincadeiras, traquinagens, brigas e desavenças entre alunos são algumas das práticas específicas do espaço escolar daqueles anos. A partir da memória de ex-ginasianos que vivenciaram e construíram o cotidiano da história, este trabalho investiga as relações entre cultura urbana e práticas escolares, tentando identificar as práticas específicas do espaço escolar e as práticas específicas do espaço urbano e familiar, buscando apreender como se relacionavam se apropriavam reciprocamente e se transformavam. |